segunda-feira, 1 de outubro de 2018

conduz o carro e se conduz pelas ruas molhadas a água escorre pelo vidro fazendo poças junto aos meios-fios precisa rodar devagar há pessoas lá fora tentando se defender dos pingos grossos que unidos compõem a cascata fria que escorre olha pelo retrovisor e vê o tempo corroendo seus sonhos pessoas usam guardas-chuva enquanto animais correm procurando um abrigo é preciso frear há impulsos batendo no peito não pode derrapar nas curvas a vida não é uma reta há vida nos atalhos mas lá não existem faróis na terra a água faz lama e suja o paralama é instável andar de ré de costas não se vê e no espelho não se reconhece mudar de pista é perigoso precisa dar um sinal mas tem medo de que não vejam ali na frente um acidente vontade de ajudar ali ao lado uma seta vontade de seguir há muitos guardas pra julgar se atreveria à uma infração se o asfalto fosse bom não sabe dirigir de salto quer dar um salto pela janela lateral acabar com todo mal o pé no acelerador acelera o coração....abre o sinal a vida continua no párabrisa o limpador faz brisa com os respingos se sente nua e molhada na chuva
-fls-

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