sábado, 10 de abril de 2010

DESVARIO

De olhos fechados, vejo
teus olhos abertos; mergulho
no fundo do poço, água cristalina!
Ah, as ciladas do desejo...
Nos põe em chamas, ensandecidos e cegos,
em desespero por um roçar, um toque, um ensejo!
De boca molhada, espero
teu corpo sedento; viajo
nos trilhos da tentação, intenso deleite!
Ah, as estratégias da paixão...
Nos põe na lona, exauridos em frênesi,
na ânsia de um olhar, um engodo, uma ilusão!
Com mãos calorosas, lamento
tua ausência gelada; tropeço
no meio-fio da saudade, silêncio mordaz!
Ah, o vasto campo da solidão...
Nos põe em xeque, enfermos e humilhados,
à espera de um alento, um socorro, uma aparição!
-fs-

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