segunda-feira, 10 de agosto de 2015



ele tinha os olhos compridos. namorava as possibilidades deixando à mercê o preciso.
muitos sonhos na cabeça, andava leve com seu corpo pequeno e magro; levitava.
à sua volta, medo: constante e perturbador envolto em silêncio.
ela tinha o olhar disperso. capturava as imagens e os fatos dos dias com melancolia: desejava! desejava encontrá-lo nos outros que passavam .
ele desistiu, saiu sem dizer adeus e deixou o chão lameado de sangue e culpa.
acusou sua dor sem dó nem piedade aos que ficaram.
ela jogou terra em sua face, no fundo daquela funda cova cavada com ausências.
e dentro de si abriu-se um enorme espaço vazio que nenhum abraço jamais conseguiria fechar.
-fls-

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