Antes nunca havia se perdido no caminho. Havia muitos atrasos, mas todos na hora exata.
Recostado numa poltrona de encosto alto seu riso era lento e baixo e não havia pressa no seu olhar.
A lembrança da presença pacífica agora chora; o nunca mais é uma bala perdida atravessando o tempo. Um dia a despedida já me pertencera e ao abrir os olhos vi seu rosto e reconheci sua voz. Que som você ouve agora? Quem vai pegar sua mão e lhe dizer que ao final tudo acaba bem?
Eu tomo uma cerveja por você, mas não estou na praia. Seu cachorro lhe espera. Precisa arrumar o televisor que desmontou.
Há tanto ainda por fazer...Você está atrasado, não nos deixe esperar mais.
Acorde Ari, não é mais hora de chegar, você já pode voar, é dia de partir.
-fls-
foto: obra de Chris Maynard
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