sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Saudade às vezes chega no ato, fica rondando a despedida; vira-se as costas e ela se instala, confortável. Sente-se bem, confiante, toma conta do espaço. Machuca fininho, como corte de papel; arde mas não dói. Nesta saudade boa, a certeza do amanhã.
A que machuca fundo é a que, traiçoeira, nos abandona no adeus. Dá lugar à mágoa, ao desamor, ao ressentimento. E, tempos depois, sorrateira, vai trazendo suas vestes, fica um dia, noutro não, até que, quando se vê, ali está: estabelecida e constante. Mesmo rejeitada, não sai.
Não adianta negá-la, torna-se parte do todo. E não é monótona, varia sua performance, nos seduz até.
E,assim, ludibriados, carregamos esta saudade do nunca mais, pendurada numa argola do passado, e, vez em quando, a convidamos para ajudar a escorrer algumas lágrimas...






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