o certo é que não há muito como fugir de minha essência, daquilo que me sustenta o todo, nas horas sem fome ; está no meu olhar, nos meus ouvidos, nas minhas filosofias... o frágil sempre me procura, e comigo instaura uma relação de amor, e isso me revela.
as fragilidades e as docilidades me seduzem como chocolate e espetam minha alma, num caso sério de amor e ódio.
amo profundamente.
nunca desamo.
e sofro de saudades ferinas, dessas que arranham e ficam nos pertencendo tão
profundamente que já não sabemos se tudo isso não faz parte de um algo meio masoquista nosso.
laço, eu enlaço, abraço, e dou minha ultima tomada de ar por alguem.
gosto de acreditar, mesmo que venha depois uma faca me cortar a garganta; enquanto acredito sou tão feliz que compensa a dor que vai arder.
muitas vezes inflamo.
e inflamada, mergulho no escuro gélido da solidão.
-fls-
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
A música que toca é o silêncio e sua voz ecoando no tumulto dentro de mim o vento canta mas não ouço estou de olhos fechados e minha pele sente ainda seu ultimo toque no suspiro que demos ao dizer adeus ainda sinto a fragância delicada do seu corpo não sei quando o retorno preciso gravar seu contorno para esquecê-lo quando abro os olhos.
-fls-
-fls-
A estrada é um tanto sinuosa, e a previsão do que está por vir é incerta.
Mas caminho por ela um tanto quanto confiante, pois imaginar que depois da curva há
sempre um bonito encontro, um dia de sol, um abraço apertado, um "the end" americano é coisa que sei fazer com precisão. Aprendi a imaginar tão bem que já confundo habitualmente sonho e realidade. Meus pés já habitam o chão ou as estrelas numa fração de segundos.
Se tantas vezes é preciso deixar aqui ou ali uma parte da bagagem para tornar a viagem mais leve, difícil é saber qual fração do todo largar sem que a pretendida leveza se torne um grande fardo. Não é fácil ir arrancando partes de si, abandonando detalhes que nos caracterizam desde um tempo em que viver era apenas ir abrindo e fechando os olhos com o passar dos dias e das noites.
Alguns pedaços dos quais precisamos nos desfazer deixam um vazio doloroso. Fica uma ausência que dói. É como tirar a essência do perfume e transformá-lo apenas num liquido
inodoro. O que será do perfume sem a parte que o identifica mais notoriamente?
Em meio a este apartar-se de si, fica também a dúvida : qual parte de mim me levará ao céu ou ao inferno? Aqui eu sei quais minhas virtudes salvadoras e meus defeitos condenatórios. Mas e o outro céu; e o outro inferno? O que preciso preservar para ganhar um ou outro? Não serão minhas virtudes e meus defeitos tão unificados numa grande pretensão de estar além de um julgamento que eu talvez não consiga sobreviver sem qualquer um deles? O que devo matar em mim, ou preservar, para chegar perto de uma possível absolvição? E eu nem sei se pretendo realmente a absolvição que me garanta um resto de existência insípida ou se prefiro ser sentenciada ao fogo eterno por todos os meus atos apaixonados que me garantiram até aqui a sobrevivência num mundo cheio de verdades inventadas.
-fls-
Mas caminho por ela um tanto quanto confiante, pois imaginar que depois da curva há
sempre um bonito encontro, um dia de sol, um abraço apertado, um "the end" americano é coisa que sei fazer com precisão. Aprendi a imaginar tão bem que já confundo habitualmente sonho e realidade. Meus pés já habitam o chão ou as estrelas numa fração de segundos.
Se tantas vezes é preciso deixar aqui ou ali uma parte da bagagem para tornar a viagem mais leve, difícil é saber qual fração do todo largar sem que a pretendida leveza se torne um grande fardo. Não é fácil ir arrancando partes de si, abandonando detalhes que nos caracterizam desde um tempo em que viver era apenas ir abrindo e fechando os olhos com o passar dos dias e das noites.
Alguns pedaços dos quais precisamos nos desfazer deixam um vazio doloroso. Fica uma ausência que dói. É como tirar a essência do perfume e transformá-lo apenas num liquido
inodoro. O que será do perfume sem a parte que o identifica mais notoriamente?
Em meio a este apartar-se de si, fica também a dúvida : qual parte de mim me levará ao céu ou ao inferno? Aqui eu sei quais minhas virtudes salvadoras e meus defeitos condenatórios. Mas e o outro céu; e o outro inferno? O que preciso preservar para ganhar um ou outro? Não serão minhas virtudes e meus defeitos tão unificados numa grande pretensão de estar além de um julgamento que eu talvez não consiga sobreviver sem qualquer um deles? O que devo matar em mim, ou preservar, para chegar perto de uma possível absolvição? E eu nem sei se pretendo realmente a absolvição que me garanta um resto de existência insípida ou se prefiro ser sentenciada ao fogo eterno por todos os meus atos apaixonados que me garantiram até aqui a sobrevivência num mundo cheio de verdades inventadas.
-fls-
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