segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Naquela tarde seu corpo não avisou, o alarme já era falho.
Seus braços qual galhos quebrados, sustentados por uma força de vontade.
A cabeça numa comparação à pressão craniana da romã, parecia rachar tal qual a fruta arrombada suportando mais do que lhe cabe.
Seu aparato físico, todo, sustentado por um pilar de gesso trincado.
Falanges trêmulas e frágeis, feito ramos finos que o vento balança onde pássaros não pousam.
A passos lentos tenta arrancar as raízes do chão em que se espalharam, fazendo seu corpo-estátua paisagem do lugar.
Seus ombros-cabides,feito Atlas, fartos de carregar o mundo e sua fantasia de Hércules.
Músculos surtados, como tecidos rasgados impõem a falência de um sistema grávido de muita dor.
E é quando sais que percebo o peso da tua cruz nos meus ombros
O teu calvário me arranca a pele rasgada pelo esforço de continuares caminhando
És o espinho que se finca em minha cabeça tornando meu esforço hercúleo...sou teus acúleos
Teu sacrifício é o pão da minha vida
Mas o pão da vida é feito da morte
A morte lenta e dolorosa de quem se põe a rastejar sôfrego e incerto
O amor crucificado é a pena de morte; a última tentação passa perto, seu corte é preciso
Iremos até o fim, honraremos as juras, e o sangue não jorrará de meus pulsos; o pecado está nas promessas e pecadores as cumpriremos, todas
-fls-
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